sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Nassim Taleb

Meus pais tinham uma conta na maior livraria de Beirute e eu gostava de pegar livros em quantidades que me pareciam ilimitadas. Havia uma grande diferença entre as prateleiras da biblioteca e o material escolar extremamente limitado; assim logo percebi que a escola era um plano destinado a privar as pessoas da erudição, limitando seus conhecimentos a um conjunto restrito de autores. Eu comecei, próximo dos treze anos, a manter um registro das minhas horas de leitura, tentando manter entre trinta e sessenta por semana, uma prática que eu tenho mantido por um longo tempo.
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Foi uma barra, levando a escola e lendo por conta própria, sabendo que a escola não me agregaria nada potencialmente válido.
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Um dia, na década de 1980 eu tive um jantar com um famoso especulador, um homem de enorme sucesso. Ele murmurou a seguinte hipérbole: "Muito do que as outras pessoas sabe, não vale a pena conhecer."
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Até hoje eu ainda tenho o instinto que o tesouro, aquilo que se precisa saber para uma profissão, é necessariamente o que está longe dos holofotes.
Mas existe algo de especial em seguir sua própria direção: aquilo que eu tinha que ler na escola, esqueci. Mas o que decidi ler por conta, ainda hoje lembro.

Nassim Taleb, Antifragile.

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