sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A Destruição da Petrobrás

Sempre tive dois pés atrás a investir em empresas controladas pelo Governo no Brasil.

Quem é mais esclarecido sabe que todos os Governos que por aqui passaram tiveram caráter populista e usam as empresas públicas para fazer políticas que os elejam nas próximas eleições.

Como já disse antes, é o que a Petrobrás vem fazendo, ao vender gasolina abaixo do preço de custo e arcando assim, arcando com o prejuízo de manter a inflação baixa no país.

A gasolina é cara no Brasil, mas isso não é culpa da Petro e sim dos altíssimos impostos cobrados pelo governo (de cada R$ 3,00 que pagamos na bomba R$ 1,80 são só impostos).

Mas a Dilma e o Lobão, ao invés de baixarem os impostos da gasolina, resolvem mexer no bolso dos acionistas da Petro, fazendo com que eles banquem essa loucura de vender abaixo do custo. Fazem isso porque o preço da gasolina eles podem baixar por um tempo curto, mas se resolverem cortar os impostos, depois não conseguirão aumentá-los tão facilmente.

É uma política populista que visa segurar a inflação até a próxima eleição. Não se engane, porque assim que Dilma, Sarney e Lobão forem reeleitos, o preço da gasolina vai subir, e muito.


Segue o pedaço de um texto publicado no Valor de 15/08, sobre esse assunto:

Delenda Petrobras, Cui Prodest?


Por Jorge Simino

Delenda Cartago! Repetia sempre o senador Catão em Roma. A quem interessava a destruição de Cartago? A Roma, evidentemente, por conta da disputa do controle do mar Mediterrâneo (entre outras coisas) que os romanos chamavam, modestamente, de "mare nostrum".
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A diferença entre os preços internos e externos de gasolina e diesel giram ao redor de 25% e 22%, respectivamente, lembrando que estes dois produtos representam 65% da receita da empresa. Essa diferença em termos absolutos representa ao redor de R$ 0,40 por litro para cada produto (sem contar os números de frete e seguro porque estamos a tratar de importações).
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É óbvio que a situação não interessa ao corpo de colaboradores da empresa, cuja competência está subscrita na própria história da companhia, tampouco interessa aos seus fornecedores e menos ainda aos seus credores e acionistas minoritários.
Por eliminação se chega ao acionista controlador - a União -, cujo interesse ao não permitir o ajuste dos preços internos de gasolina e diesel seria obter uma ferramenta complementar no controle da evolução dos índices de inflação. Considerando as diferenças acima e o peso dos itens no IPCA, se poderia dizer que existe uma "economia" de 0,8% no horizonte de um ano no IPCA e, por extensão, uma "economia" nos juros básicos da ordem de 1% a 1,5% (pelos cálculos de um grande economista, que tenho o privilégio de conhecer, cada ponto da Selic custa ao redor de R$ 12 bilhões por ano).
Mas aqui creio que seja válido perguntar: e o que se perde (perderia) ao tomar tal decisão? Segue um mero exercício de um possível conjunto de "perdas".
Primeiro, se perde um tanto de credibilidade porque esse recurso (não ajustar os preços dos combustíveis) já foi usado num passado recente (quando a conta petróleo - a jabuticaba contábil - absorvia a diferença de preço entre o petróleo importado e o preço contábil determinado pelo Conselho Nacional de Petróleo) e isso nunca funcionou! Simplesmente os preços ficam represados e em algum momento o ajuste tem que ser feito. Ponto.
Segundo, fica distorcida a matriz de preços relativos, especialmente no que concerne aos insumos de energia, e com isso há ineficiência na alocação de recursos da economia.
Poder-se-ia dizer que essas considerações são meramente subjetivas, difíceis de mensurar et cetera e tal. Sendo assim vamos tentar abordar algumas variáveis estritamente quantitativas.
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Com este exercício breve, com uma visão um pouco mais ampla, a dúvida do título, angustiante e triste, seja em latim ou em português permanece: a quem interessa destruir a Petrobrás?

http://www.valor.com.br/financas/3233616/delenda-petrobras-cui-prodest#ixzz2c8XKumZW

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