quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Bolsas ao redor do Mundo

A corretora asiática CSLA fez uma comparação das Bolsas pelo mundo.

Primeiro EV/EBITDA:



Brasil mais caro que Áustria, Noruega e Israel? Incrível.

Segundo P/E, P/B, P/CF, Div/Yield:

No Preço/Lucro o Brasil está mais caro que China, Noruega e Israel (dos relevantes).

Já no Dividend Yield, estamos atrás da vizinha Colômbia e praticamente empatados com a Austrália. A diferença é que na maioria destes países o dividend yield está próximo dos juros dos governos, enquanto aqui não chegamos nem perto.

Talvez o Brasil não esteja tão barato assim comparando com o resto do mundo.



sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O Que Não Fazer

No seu já clássico Antifrágil, Nassim Nicholas Taleb repete que os caminhos para a vitória são muitos e tentar estudar o que fazer é perda de tempo.

Para ele o que nós devemos estudar é o que não fazer. Recomenda estudarmos as pessoas que fracassaram, para ver o que elas fizeram de errado.

Claro que Taleb exagera, ele costuma exagerar para frisar bem suas idéias. Contudo o ponto dele é bem simples, criar heurísticas - regras simples que nos ajudem à obter atalhos, ainda que não absolutas e passíveis de preconceitos.


  • Fumar mata, então não fume.
  • Alavancagem quebra investidores, logo não opere com margem.
  • Não faça negócios com advogados aposentados.

Outra pessoa que tem um pensamento similar é Charlie Munger. Este também recomenda estudarmos os erros dos outros para aprendermos o que evitar. Além disse ele tem a teoria da inversão, em que para achar o início de algo, deveríamos começar pelo final.

Depois dessa breve divagação, mostro um fato concreto. O blog Millennial Invest demonstra de forma simples o que acontece quando alguém compra as ações mais caras considerando o múltiplo Ebitda/EV.



Heurística: não compre ações caras.


Evitar estupidez é mais fácil do que tentar ser brilhante.
Charlie Munger

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Twitter

Dois gráficos que vi no twitter hoje:
O primeiro do @adutroid mostra que no primeiro mandato da Presidente Dilma, a Bolsa teve o pior desempenho acumulado da história. Com prejuízo -13,3% ao ano, perdeu até do General Geisel, quando teve - 13,2% ao ano.



O segundo gráfico do @platosbunker mostra o acumulado do CDI contra o Ibovespa desde 1994. 
Fiz esse mesmo gráfico em maio passado. Um ano depois, a coisa ficou ainda pior, pois a bolsa continua no mesmo marasmo. 
Retorno de quase 19% ao ano somente emprestando pro governo é inacreditável. 
Porque correr riscos se é tão fácil ganhar sem risco e esforço? Muitas vezes me pergunto isso.

Mas por incrível que pareça acredito que há grande chance da Bolsa se recuperar esse ano. Com estímulos internacionais bombando, pode sobrar um pouco de caldo para o Brasil. 



quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

As Lições do Petróleo - Howard Marks

Estava lendo o último memo do Howard Marks: Lições do Petróleo. Como sempre, fala menos sobre petróleo e mais sobre psicologia do investidor.

Alguns pontos interessante:


  • Aquilo que "todo mundo" sabe é inútil na melhor hipótese e incorreto na pior.

  • O que realmente deveria nos preocupar são as questões que não consideramos. O preço dos ativos costuma precificar os riscos nos quais as pessoas pensaram. São aqueles que as pessoas não pensaram que causam os estragos.

  • Em 2007 todos sabiam que as empresas de hipoteca e construtoras iriam mal. Mas as pessoas não conseguiram ver que os bancos seriam duramente atingidos antes de 2008.

  • Saída em massa de capitais e a necessidade de liquidez pode levar à necessidade de vender ativos com urgência, mesmo aqueles que nada tem à ver com petróleo.

  • Em economia, as coisas demoram mais para acontecer do que nós pensamos e, depois, acontecem muito mais rápido do que achávamos ser possível.

  • Quando o petróleo estava $110, as pessoas diziam "eu compro se ele chegar em $100". Mas devido ao jeito que a psicologia do investidor funciona, aos $90 ele podiam dizer "se chegar em $70, eu penso seriamente em comprar". Quando chega em $60, a tendência é "é um punhal caindo e não há como saber quando vai parar, por isso eu não compro por preço nenhum".

  • A sensação é muito melhor de comprar um ativo quando ele está subindo. Mas é mais sábio comprá-lo após ele ter caído por um tempo.

  • Pela primeira vez nos últimos 3,5 anos, os eventos nos dizem que é apropriado deixarmos um pouco de lado a cautela e sermos levemente mais agressivos.


Memo na Oaktree Capital 


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Por que o dólar sobe?


Por vários motivos. Dois que são importantes são esses:

1) O dólar está se valorizando no mundo inteiro. 


  • Não é apenas o real que está caindo, na verdade o dólar está subindo em relação à várias moedas. O principal motivo é que a economia americana está crescendo e, em breve, o FED deve subir os juros nos EUA. O Rublo Russo, moeda que mais se desvalorizou frente ao dólar, chegou à perder 60% do valor apenas em 2014.

2) O Brasil não fez Superávit Primário.


  • Superávit é a diferença entre o que o governo arrecada e o que ele gasta. Se o governo arrecadou mais do que gastou, ele teve superávit secundário.
  • Como no Brasil nunca cumprimos isso, criou-se o tal Superávit Primário. Significa que o governo arrecadou mais do que gastou, tirando da conta os gastos com juros. Então o superávit primário é quanto o governo economizou para pagar os juros da dívida (detalhe que isso significa que ele nem ao menos pagou todos os juros).

Se o governo tem déficit primário, significa que ele gastou mais do que arrecadou e não pagou absolutamente nada dos juros da dívida. Terá que fazer um novo empréstimo apenas para poder pagar os juros atrasados.

O Real perde valor porque o governo perdeu credibilidade. Mostramos ao mundo que não somos capazes de administrar as contas públicas. Os credores do Brasil ficam com medo e tiram seu dinheiro daqui.

E é vergonhoso mesmo. Equivale à alguém que lhe deve dinheiro, para pagar os juros da sua dívida ter que ir no banco fazer um novo empréstimo. 






segunda-feira, 5 de janeiro de 2015