sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Charlie Munger

A inveja é o pior dos 7 Pecados Capitais, porque é o único com o qual você não se diverte fazendo.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Provérbio Norte-Americano

Well bought is half sold.


Dilma, Petrobrás e o Automóvel

Como conseguem?

por Carlos Alberto Sardenberg.
É embaraçoso para o governo Dilma: como dizer que o automóvel particular a gasolina agora é o bandido, depois de ter passado anos dando-lhe tratamento de rei?
Não é modo de dizer. Os carros tiveram seus preços abatidos, via redução de impostos, e as montadoras locais foram apoiadas com proteção e financiamento subsidiado para aumentar a produção. Os compradores também foram brindados com enorme ampliação do crédito - nada menos que R$ 52 bilhões concedidos nos últimos dois anos.
De presente extra, a gasolina com o preço congelado e contido, para segurar a inflação e evitar a bronca dos motorizados.
Agradecidos, os brasileiros, especialmente os da nova classe média, foram à luta, quer dizer, aos bancos e concessionárias, e cumpriram sua obrigação de apoiar o crescimento do PIB. Saíram de carro por aí.
Infelizmente, a Petrobrás não conseguiu entrar na festa. Sua produção de petróleo estagnou, as refinarias não deram conta da demanda, as novas refinarias estão atrasadas, de modo que a estatal precisou importar cada vez mais gasolina. E a preços não brasileiros, claro.
Não é de estranhar que o resultado tenho saído muito errado. A inflação continuou elevada e  o crescimento permaneceu muito baixo. Sempre se pode dizer que tudo teria sido pior com a gasolina e os carros mais caros. Mas pior comparado com o que? De todo modo, o fato é que muitas outras coisas também deram errado. A Petrobrás, perdendo receita, sendo obrigada a vender gasolina mais barato do que importa, teve que se endividar. E  as ruas ficaram congestionadas, pois não se investiu na infraestrutura necessária para acolher os carros e abrir caminhos para o transporte coletivo.
Como consertar isso, considerando ainda mais que a Petrobrás precisa de dinheiro, muito dinheiro, para o pré-sal? E lembrando que o dólar caro veio para ficar?
Claro, precisa aumentar o preço da gasolina para turbinar as receitas da estatal. Quanto? Se for apenas para equilibrar o preço atual, pelo menos 20%. Se for para recuperar perdas passadas, uns 30%. 
Mas isso jogaria a inflação de novo para cima do teto da meta - 6,5% - e provocaria uma justa bronca na classe média. Qual é? Não era para comprar carro?
Que tal, então, um aumento moderado para a gasolina e para o diesel? Ruim também. Talvez pior. Provocaria inflação de qualquer jeito - pois o índice está rodando em torno do teto - não resolveria o caixa da Petrobrás e deixaria todo mundo aborrecido.
E para complicar, tem mais essa proposta do prefeito de São Paulo, Fernando Hadad, de colocar um imposto de 50 centavos por litro de gasoloina e  usar todo o dinheiro para subsidiar e reduzir tarifas de ônibus. Para efeitos de índice de inflação, a redução da tarifa compensaria a alta da gasolina, mas vá explicar para o pessoal que está tudo bem com a gasolina a R$ 4,20.
Imaginem o impacto psicolólogico e social, pois a gasolina subiria em dose dupla, uma para a Petrobrás, outra para os ônibus. E como estes passam a ter prioridade, os brasileiros que micaram com os carros pagarão mais caro para ficar em congestionamento mais demorado.
Como o governo pode ter se equivocado tanto? 
Seria uma pergunta cabível se o resto estivesse funcionando. Mas considerem apenas o que tem saído na imprensa nps últimos dias.
As usinas de Jirau e Santo Antonio, em construção no rio Madeira, vão gerar uma carga de energia que não pode ser levada pela linha de transmissão projetada. Simplesmente queimaria tudo. A linha é insuficiente. Sabe-se disse desde 2010 - e ainda estão discutindo para descobrir de quem é a culpa.
Mas deve estar sobrando energia, não é mesmo? Usinas eólicas estão prontas e paradas há um ano, por falta de linhas de transmissão.
Há uma guerra judicial no setor elétrico, com o governo tentando empurrar para empresas a conta da energia produzida nas usinas térmicas. 
Há milho para ser estocado, uma superprodução,  e armazéns da Conab fechados por falta de manutenção ou porque estocam milho... velho. 
Na política econômica, o Brasil é o único país importante que está subindo juros. É também o único emergente de peso que não pode se aproveitar do momento internacional para deixar a moeda local se desvalorizar o tanto necessário para dar muito competitividade às exportações. 
Uma ironia: a "nova matriz" do governo, alardeada pela presidente Dilma, se baseava em juro baixo e dólar caro, para ter crescimento elevado. Pois no momento em que o dólar sobe sózinho, por conta dos EUA, o BC brasileiro tem que elevar os juros e tentar segurar o dólar para controlar a inflação. E lá se vai o PIB.
Uma ironia pedagógica, se é que conseguem aprender com tantos equívocos. 

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A Destruição da Petrobrás

Sempre tive dois pés atrás a investir em empresas controladas pelo Governo no Brasil.

Quem é mais esclarecido sabe que todos os Governos que por aqui passaram tiveram caráter populista e usam as empresas públicas para fazer políticas que os elejam nas próximas eleições.

Como já disse antes, é o que a Petrobrás vem fazendo, ao vender gasolina abaixo do preço de custo e arcando assim, arcando com o prejuízo de manter a inflação baixa no país.

A gasolina é cara no Brasil, mas isso não é culpa da Petro e sim dos altíssimos impostos cobrados pelo governo (de cada R$ 3,00 que pagamos na bomba R$ 1,80 são só impostos).

Mas a Dilma e o Lobão, ao invés de baixarem os impostos da gasolina, resolvem mexer no bolso dos acionistas da Petro, fazendo com que eles banquem essa loucura de vender abaixo do custo. Fazem isso porque o preço da gasolina eles podem baixar por um tempo curto, mas se resolverem cortar os impostos, depois não conseguirão aumentá-los tão facilmente.

É uma política populista que visa segurar a inflação até a próxima eleição. Não se engane, porque assim que Dilma, Sarney e Lobão forem reeleitos, o preço da gasolina vai subir, e muito.


Segue o pedaço de um texto publicado no Valor de 15/08, sobre esse assunto:

Delenda Petrobras, Cui Prodest?


Por Jorge Simino

Delenda Cartago! Repetia sempre o senador Catão em Roma. A quem interessava a destruição de Cartago? A Roma, evidentemente, por conta da disputa do controle do mar Mediterrâneo (entre outras coisas) que os romanos chamavam, modestamente, de "mare nostrum".
...
A diferença entre os preços internos e externos de gasolina e diesel giram ao redor de 25% e 22%, respectivamente, lembrando que estes dois produtos representam 65% da receita da empresa. Essa diferença em termos absolutos representa ao redor de R$ 0,40 por litro para cada produto (sem contar os números de frete e seguro porque estamos a tratar de importações).
...
É óbvio que a situação não interessa ao corpo de colaboradores da empresa, cuja competência está subscrita na própria história da companhia, tampouco interessa aos seus fornecedores e menos ainda aos seus credores e acionistas minoritários.
Por eliminação se chega ao acionista controlador - a União -, cujo interesse ao não permitir o ajuste dos preços internos de gasolina e diesel seria obter uma ferramenta complementar no controle da evolução dos índices de inflação. Considerando as diferenças acima e o peso dos itens no IPCA, se poderia dizer que existe uma "economia" de 0,8% no horizonte de um ano no IPCA e, por extensão, uma "economia" nos juros básicos da ordem de 1% a 1,5% (pelos cálculos de um grande economista, que tenho o privilégio de conhecer, cada ponto da Selic custa ao redor de R$ 12 bilhões por ano).
Mas aqui creio que seja válido perguntar: e o que se perde (perderia) ao tomar tal decisão? Segue um mero exercício de um possível conjunto de "perdas".
Primeiro, se perde um tanto de credibilidade porque esse recurso (não ajustar os preços dos combustíveis) já foi usado num passado recente (quando a conta petróleo - a jabuticaba contábil - absorvia a diferença de preço entre o petróleo importado e o preço contábil determinado pelo Conselho Nacional de Petróleo) e isso nunca funcionou! Simplesmente os preços ficam represados e em algum momento o ajuste tem que ser feito. Ponto.
Segundo, fica distorcida a matriz de preços relativos, especialmente no que concerne aos insumos de energia, e com isso há ineficiência na alocação de recursos da economia.
Poder-se-ia dizer que essas considerações são meramente subjetivas, difíceis de mensurar et cetera e tal. Sendo assim vamos tentar abordar algumas variáveis estritamente quantitativas.
...
Com este exercício breve, com uma visão um pouco mais ampla, a dúvida do título, angustiante e triste, seja em latim ou em português permanece: a quem interessa destruir a Petrobrás?

http://www.valor.com.br/financas/3233616/delenda-petrobras-cui-prodest#ixzz2c8XKumZW

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Howard Marks

Você terá mais sucesso se esperar os negócios/investimentos virem até você, ao invés de sair buscando por eles.
A tendência é que as compras sejam melhores se você selecionar uma lista de um grupo de pessoas que está motivada à vender, ao invés de começar com uma noção fixa do que é que você deseja comprar.
Um oportunista compra coisas porque elas lhe são oferecidas à preços de barganha.
Não há nada de especial em comprar algo se o preço não é baixo.

Howard Marks, The Most Importante Thing Illuminated.



sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Nassim Taleb

Meus pais tinham uma conta na maior livraria de Beirute e eu gostava de pegar livros em quantidades que me pareciam ilimitadas. Havia uma grande diferença entre as prateleiras da biblioteca e o material escolar extremamente limitado; assim logo percebi que a escola era um plano destinado a privar as pessoas da erudição, limitando seus conhecimentos a um conjunto restrito de autores. Eu comecei, próximo dos treze anos, a manter um registro das minhas horas de leitura, tentando manter entre trinta e sessenta por semana, uma prática que eu tenho mantido por um longo tempo.
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Foi uma barra, levando a escola e lendo por conta própria, sabendo que a escola não me agregaria nada potencialmente válido.
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Um dia, na década de 1980 eu tive um jantar com um famoso especulador, um homem de enorme sucesso. Ele murmurou a seguinte hipérbole: "Muito do que as outras pessoas sabe, não vale a pena conhecer."
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Até hoje eu ainda tenho o instinto que o tesouro, aquilo que se precisa saber para uma profissão, é necessariamente o que está longe dos holofotes.
Mas existe algo de especial em seguir sua própria direção: aquilo que eu tinha que ler na escola, esqueci. Mas o que decidi ler por conta, ainda hoje lembro.

Nassim Taleb, Antifragile.