segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Conselhos


Meu avô perguntou ao meu tio uma vez: "Porque você nunca dá atenção aos conselhos dos outros?" E meu tio respondeu: "Porque a única pessoa que eu tenho certeza que está trabalhando a meu favor o tempo inteiro sou eu mesmo."

Meu tio era do contra. Trabalhou 60 anos como fazendeiro. Quando havia leilões de gado, as pessoas sempre compravam o boi gordo e bonito e pagavam o preço dum boi gordo e bonito. Já meu tio sempre comprava as vacas magras. Ele dizia: - "Não posso melhorar as vacas gordas, mas as magras eu tenho uma grande chance de torná-las saudáveis e gordas, vendendo-as com lucro."

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Dividendos

A maioria das pessoas que investem na Bolsa há muitos anos, costumam comprar ações de boas pagadoras de dividendos. Empresas que forneçam serviços de energia, telefonia, água e pedágio, costumam distribuir os dividendos mais altos.

Isso pode ser uma boa estratégia de longo prazo.


A PIMCO, maior administradora de fundos do mundo, fez uma análise interessante sobre o assunto.

O gráfico abaixo demonstra qual a porcentagem que os dividendos tiveram nos retornos proporcionados pelas ações, durante uma década:



Na década de 30, o retorno das ações foi negativo, por isso os dividendos passam de 100% no retorno proporcionado. Na verdade, o único retorno que houve naquela década foi o dos dividendos, pois as ações estavam desvalorizando.

Já na década de 90, os dividendos só representaram 15% dos ganhos das ações. Isso porque essa década foi uma das que apresentou as maiores valorizações, seguidas pelo Crash de 2002.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Howard Marks


The greatest risk doesn’t come from low quality or high volatility. 
It comes from paying prices that are too high. 
This isn’t a theoretical risk; it’s very real.


terça-feira, 9 de outubro de 2012


Perda de credibilidade de alguns setores 


afugenta investidores



André Rocha - valor.com.br 
A contabilidade é instrumento primordial para a análise fundamentalista, pois permite a gestores e analistas avaliarem a situação patrimonial das companhias. Contudo, a fragilidade das demonstrações contábeis de alguns setores tem afugentado os investidores, especialmente os de bancos médios e incorporadoras.
..."investidores têm fugido de alguns setores, como os de bancos de menor porte e incorporadoras. A ocorrência de operações questionadas pelo Banco Central no PanAmericano (BPNM4) e no Cruzeiro do Sul criou um contágio sobre os demais. Assim, vários bancos médios estão negociando abaixo do valor patrimonial por ação, como o BIC (BICB4), Sofisa (SFSA4) e Indusval (IDVL4), por exemplo."
É verdade que a situação do setor bancário europeu contribui para essa situação, mas não há como negar que a falta de confiança dos investidores nas demonstrações contábeis tem contribuído para essa situação. Isso fica claro quando lemos a reportagem “Empresas brasileiras ficam de fora da corrida por fundos de alto risco”, publicada no Valor de 02/10/12. Andrew Feltus, vice-presidente sênior da gestora Pioneer Investments, afirma: "Os bancos são mais difíceis de analisar, não são muito transparentes como uma companhia exportadora de carnes ou qualquer outro produtor em que podemos ver o que elas realmente produzem para mensurar o seu valor". Embora a reportagem seja dedicada a fundos de dívidas corporativas, creio que os gestores de ações possuem visão parecida.
Outro setor cujas demonstrações contábeis perderam credibilidade é o de incorporação imobiliária, devido aos seguidos estouros de orçamento de obras, significando que as estimativas dos dirigentes estavam muito otimistas. Isso explica o porquê de diversas ações estarem negociando abaixo do valor de liquidação (“net asset value - NAV”), como Brookfield (BISA3) com 0,9 vez, Gafisa (GFSA3) com 0,6 vez, PDG (PDGR3) com 0,9 vez, Rossi (RSID3) com 0,7 vez, entre outras. O que é NAV?  Ele representa o valor que os acionistas receberiam hoje caso a empresa fosse liquidada após se apurar os ativos e se deduzir as despesas. Considerando que a empresa ainda possui projetos a serem lançados no futuro, não faz sentido que o preço da ação seja inferior ao NAV. Isso somente ocorre em situações de crise. Dessa forma, o fato de empresas com excelente liquidez, como as citadas acima, negociarem abaixo do preço de liquidação somente confirma que as demonstrações contábeis dessas empresas não têm transmitido confiança aos investidores.
As companhias conseguirão retomar a confiança dos investidores? Acredito que sim, mas não será tarefa fácil. Como diz o ditado: a confiança leva anos para ser construída e minutos para ser destruída.

André Rocha é analista credenciado pela Apimec e atua há 20 anos como especialista na avaliação de companhias listadas na bolsa.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A Maldição da Forbes


Na China, entrar para a lista da Forbes é perigoso.


Muitas pessoas pagam para não aparecer na lista de bilionários da Forbes. Isso costuma fazer sentido, pois a inveja é o principal motor dos socialistas, comunistas e populistas.

Até nos Estados Unidos, o atual presidente usa o populismo falando que todos os problemas da economia foram causados pelos banqueiros.
Uma questão lógica aponta que seria impossível os banqueiros causarem a crise sozinhos. Ela aconteceu porque todos americanos estavam comprando casas que não podiam pagar só para tentar vende-las mais tarde com lucro. O americano comum tornou-se um especulador...

Na China do Partido Comunista a questão é ainda pior. Embora o Partido Comunista se comporte como capitalista, sua principal aspiração é manter o poder e a ditadura.

Toda vez que uma pessoa entra na lista dos bilionários lá, se torna alvo da inveja da população e do PC. Abre-se uma "caça às bruxas", como se o simples fato de alguém estar na lista dos mais ricos fosse um crime.

Exemplifico:

Porcentagem de pessoas sob investigação, presas ou acusadas de crime:

a) Entre empresários normais:  6,8%;
b) Entre pessoas que já figuraram na lista dos bilionários 17%



Reportagens sobre o assunto:

The Curse of Forbes

When getting rich is not glorius

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dinheiro Embaixo do Colchão

Para Warren Buffett, dinheiro na mão não tem preço


Lógico que não é pra guardar embaixo do colchão, mas para ficar atento e, quando a oportunidade aparecer, agir com agressividade.


“This is one of the most important things I learned from him: the optionality of cash. He thinks of cash as a call option with no expiration date, an option on every asset class, with no strike price.”

Suddenly, an investor’s asset allocation decisions are not simply between earning nothing in cash and earning something in bonds or stocks. The key question becomes: How much can the cash earn if I have it when I need it to buy other assets that are cheap, versus the upfront cost of holding it?

Vale a pena ler a íntegra:


terça-feira, 21 de agosto de 2012

Brasil: um país em greve


Não criei esse blog para falar de economia de forma geral, mas é lógico que as decisões políticas e econômicas tomadas no país influenciam também o valor das empresas, o custo do dinheiro e o crescimento do país.

Por isso tenho 3 itens rápidos sobre a greve dos funcionários públicos que acontece no Brasil.


1- De cada R$ 10 que o Governo arrecada com impostos, R$ 6,50 vão apenas para pagar salários e aposentadorias. (gráfico da Economist)

Dos mesmos R$ 10, apenas R$ 0,10 centavos são investidos em estradas, ferrovias e aeroportos. Embora o gráfico mostre 6%, ele inclui também os valores utilizados nos financiamentos imobiliários, que na verdade não é investimento e sim concessão de crédito.                                                                                                                                                   
A matemática é simples, não há espaço para aumento do salário dos servidores.

2- Os salários dos funcionários públicos são muito maiores que os da iniciativa privada. 

Isso não é lógico, pois o funcionário público não pode ser demitido e tem 2 meses de férias por ano (considerando o recesso de 3 meses à cada 5 anos).  Somente por isso, o salário já deveria ser inferior do que numa empresa privada, onde pode-se ser demitido à qualquer momento e férias, se você for Diretor, podem não existir. 
Mas não bastasse isso, sabe-se que as empresas e órgãos públicos prestam um péssimo trabalho à sociedade, o que me leva ao terceiro ponto:

3-  Não há qualquer incentivo à produtividade, não existe meritocracia. 
Se uma pessoas ganha seus R$ 7.000 por mês fazendo ou não fazendo o seu trabalho e sendo impossível demiti-la por incompetência, qual sua motivação para realizar um bom trabalho? Se o meu esforço não será premiado, porque vou trabalhar mais que meu colega de trabalho?


A Inglaterra teve 20 anos de crescimento após a Margaret Tatcher vencer o braço de guerra com os sindicatos e acabar as greves dos servidores públicos. Além disso privatizou todas as empresas que podia, livrando o Estado dum peso desnecessário. Ela sabia que a iniciativa privada sempre é mais eficiente na gestão das empresas, pois há motivação ao trabalho.

A Inglaterra precisou de uma mulher para quebrar os sindicatos. Espero que aqui a nossa mulher também consiga vencer essa ferrenha batalha e entre para a história como a Presidente que garantiu 20 anos de crescimento.