sexta-feira, 9 de maio de 2014

Alta Liquidez = Desempenho Ruim ?


Quer retornos altos? Não busque liquidez se você não precisa dela.

por Norman Rothery.

Segundo um estudo do professor de Yale, Roger Ibbotson, as ações com maior liquidez costumam ter pior desempenho.

O estudo focou em analisar quão fácil seria comprar ou vender 10% das ações em circulação da empresa, buscando dessa forma medir a liquidez.

Foram analisadas 3.500 empresas dos EUA, de 1972 à 2011. Durante esse período, o grupo todo teve um retorno anualizado de 12.2%, com volatilidade de 22%.

Para analisar a função da liquidez, ele dividiu essas 3.500 empresas em 4 grupos, dos mais líquidos aos menos líquidos.

O grupo mais líquido, teve um retorno de somente 7,2% ao ano, com volatilidade de 28,5%.

Já o grupo menos líquido, teve retorno de 14,5% ao ano, com volatilidade mais baixa também, apenas 20%.

Liquidez custa caro. Investidores que não precisam de liquidez não deveria pagar por isso.

Isso não quer dizer que deve-se investir numa empresa só porque ela não tem liquidez. Mas pequenos investidores podem se beneficiar do mercado evitando ações muito líquidas.



quarta-feira, 7 de maio de 2014

Emergentes x Desenvolvidos

Onde é melhor investir, nos países emergentes ou nos desenvolvidos?

O gráfico abaixo mostra o retorno de cada um desses grupos, pelos últimos 110 anos.

Resultado de 1900 à 1950:
  • Desenvolvidos 4,82% ao ano
  • Emergentes 1,98% ao ano 


Resultado de 1951 à 2013: 
  • Desenvolvidos 11% ao ano
  • Emergentes 12,5% ao ano 


































terça-feira, 6 de maio de 2014

Charlie Munger

Mais alguns pensamentos de Charlie Munger, o bilionário sócio de Buffett.


Aposte pesado quando as chances estiverem a seu favor e tiver certeza que algo está com o preço errado. Os bilhões da Berkshire são provenientes de apenas 10 negócios.

Se você fosse um observador, você veria que o que Warren fazia era ficar sentado e ler. Se você quiser ser muito bom nisso, fique sentado lendo a maior parte da vida. Não existe substituto para ler e pensar.

Mozart é um bom exemplo de uma vida arruinada por loucura. Sua realização não é menor por causa disso - ele pode ter sido o melhor talento musical inato do mundo - mas a partir do começo, sua vida foi muito infeliz. Ele gastava mais do que ganhava - algo que sempre fará sua vida miserável. Ele era consumido por inveja e ciúmes de outras pessoas que foram tratados melhor do que ele achava que mereciam, e ele estava cheio de auto-piedade. Nada poderia ser mais estúpido. Mesmo que seu filho esteja morrendo de câncer, nunca sinta auto-piedade. Em geral, é totalmente improdutivo para ficar com a ideia de que o mundo é injusto. O Imperador romano Marco Aurélio tinha a noção de que cada trecho difícil foi uma oportunidade - para aprender, para mostrar masculinidade, o que quer que seja. Para ele, passar por períodos difíceis era tão natural como respirar.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Warren Buffett - Encontro de Acionistas 2014

Esse sábado ocorreu em Omaha o Encontro Anual de Acionistas da Berkshire Hathaway, a empresa de Warren Buffett e Charlie Munger.

Em 1962 Buffett investiu pouco mais de US$ 1 milhão para comprar ações da Berkshire que hoje valem US$ 58 bilhões. Um retorno impressionante de 23% ao ano durante 52 anos.

O encontro é considerado o Woodstock do Capitalismo, reunindo mais de 38.000 pessoas. Os dois empresários respondem perguntas por várias horas, sobre assuntos variados.

Seguem algumas das respostas:


Buffett:
  • Nós sempre pensamos que nosso custo de capital é representado pelo retorno que podemos conseguir com a nossa segunda melhor idéia. 
  • Para ficar mais inteligente, leia 500 páginas por dia. O conhecimento vai acumulando, igual aos juros compostos. Todos podem fazer isso ... mas garanto que muito poucos farão.

Munger:
  • A melhor forma de conseguir uma boa esposa é merecer uma.
  • Evite sempre coisas que pagam comissões muito altas ao vendedor. 
  • O que determina o comportamento das pessoas são os incentivos aos quais estão sujeitos. 


Veja uma foto do evento: 


Infelizmente não pude ir, mas existe muito material sobre o encontro na internet. Algumas questões aqui: Dealbooks - #BRK2014


domingo, 4 de maio de 2014

Ofertas de Ações

Se a empresa emite ações frequentemente, o mais provável é que ela esteja numa pirâmide financeira.
Warren Buffet - Encontro de acionistas da Berkshire de 2014


sexta-feira, 2 de maio de 2014

A Bolsa e o Longo Prazo

É comum ouvirmos que a Bolsa deve ser vista como um investimento de longo prazo.

Existem vários estudos que mostram que, se o horizonte de prazo é longo, a bolsa é o melhor investimento.

Alguns dados mostram que nos últimos 100 anos, o índice S&P da 500 maiores empresas americanas aumentou 9% ao ano, sem contar dividendos. Considerando que os juros médios do período foram de 5% anuais, é uma grande vantagem.

Aqui no Brasil a bolsa não tem tanto tempo e nem um histórico tão confiável, principalmente porque passamos por hiper inflação, moratórias e diversas moedas nas últimas décadas.

Mesmo assim, o Ibovespa subiu de 2.979 em jan/1995 pontos para 51.082 em maio/2014, um retorno anualizado de 16%, sem contar dividendos.



No gráfico abaixo, que mostra o Ibovespa em dólar desde maio/2004, vemos que, apesar da crise de 2008 e dos desastres da dupla Dilmantega, o investimento teria rendido 13% anualizados para um investidor estrangeiro. Um manjar dos deuses, comparados aos juros dos EUA (2-3% a.a.)



Então sim, a bolsa é um ótimo investimento à longo prazo. E ainda melhor à longuíssimo prazo.


Mas antes de terminar, vou mostrar que no mundo não existem respostas fáceis:

- No mesmo período de 1995-2014, em que o Ibovespa rendeu 16% ao ano, uma aplicação remunerada pela Selic rendeu incríveis 18,5% a.a. 

Isso não tende a se repetir, mas explica porque o número de investidores na bolsa brasileira não cresce.



segunda-feira, 28 de abril de 2014

Peter Lynch

Como comentei, nas férias li o livro "O Jeito Peter Lynch de Investir".

Lynch é um investidor famoso no EUA por ter conseguido um track record de 29% ao ano entre 1977 e 1990, quando se aposentou. Embora esse tenha sido um dos períodos de maior bonança na bolsa de Nova York, ele superou o S&P 500 em mais de 13% ao ano.

Achei o livro bem simples. Não foi um dos que mais me empolgou, dentre todos que li. Mas suas teorias são tão simples e fáceis que vê-se que seu sucesso é lógico, não deriva de conhecimentos matemáticos ou genialidade. Seguem algumas observações do livro:

  • Procure empresas que não acompanhadas pelos grande players. 
  • Quando uma empresa é pequena, ela tem muito à crescer. 
  • O truque não é seguir os instintos, mas sim ter disciplina para ignorá-los. 
  • O verdadeiro contrário não é aquele que assume o lado oposto da questão (comprar quando todos estão vendendo). É aquele que espera as coisas se acalmarem e compra quando ninguém mais se importa. Especialmente aquelas ações que fazem Wall Street bocejar.
  • Faça um gráfico comparando preço da ação com o lucro por ação. Ele proporciona uma visão rápida para avaliar se a empresa está crescendo e o preço acompanhando esse movimento.
  • Evite as ações da moda.
  • O melhor lugar pra procurar empresas pra investir, costuma ser o shopping center perto da sua casa.
  • Se os membros da empresa estão comprando suas ações, isso é um sinal positivo.
  • Comprar uma empresa medíocre apenas porque a ação está barata é uma técnica ruim.
  • Se 40 analistas recomendam a empresa, as instituições financeiras possuem grande parte do capital da empresa e o CEO sai na capa da revista, é hora de vender a ação.

Enfim, sempre se aprende algo novo.

O Jeito Peter Lynch de Investir. (One Up on Wall Street)




sexta-feira, 25 de abril de 2014

Insights de Greenblatt

Acabo de ler uma entrevista interessante com Joel Greenblatt
Seguem os principais pontos do que ele diz:
  • Pensamento independente, pesquisa profunda e perseverança nos momentos difíceis são o mais importante para um value investor.
  • Preocupar-se com volatilidade de curto prazo não tem nada à ver com ser um bom value investor.
  • Foco em entender e comprar bons negócios com desconto, e esqueça a macroeconomia. Tudo é cíclico.
  • Foco em situações que não interessam aos grandes players.
  • Risco é perder dinheiro permanentemente, volatilidade não tem nada à ver com risco. 
  • Coisas boas acontecem com bons negócios. Eu prefiro bom à barato.
  • Preço/Lucro e ROIC são os dois fatores mais importantes, mas deve se considerado lucros normalizados.


quarta-feira, 23 de abril de 2014

Volta das férias

Voltando depois de umas férias prolongadas, ainda não tive tempo de organizar alguma idéia mais densa pra postar aqui.

Li alguns artigos interessantes, como o último memo de Howard Marks e também o livro One Up On Wall Street, do Peter Lynch. Comentarei sobre eles, tão logo possível.

No momento, deixo apenas essa frase interessante do Seth Klarman, outro investidor de sucesso de quem ainda não consegui ler o livro, seu famoso Margin of Safety.


Um dos truques dos investidores de sucesso é vender quando eles querem e não quando precisam.
 Seth Klarman